terça-feira, 15 de fevereiro de 2011



 

Acordo com Kassab está evoluindo, afirma Eduardo
Governador, no entanto, não comentou a possível criação de um partido novo para acolher o paulista

ARTHUR CUNHA
  

 
 SOCIALISTA voltou a elogiar Neves, mas lembrou estarem em campos opostos
O governador Eduardo Campos confirmou, ontem, que as negociações para ingresso do prefeito Gilberto Kassab (DEM/São Paulo) no PSB estão evoluindo - o socialista jantou com o democrata, na última quarta-feira. Apesar de ter evitado comemorar a eventual aliança com o gestor da maior cidade do País, o presidente do PSB reiterou que o potencial aliado definirá seu futuro após o próximo dia 15 de março, daqui a um mês, quando será realizada a convenção nacional do DEM. Campos tratou de enaltecer sua relação com Kassab, de quem foi colega na Câmara Federal por dois mandatos. Destacou também que procurou o democrata para saber como está seu processo de desligamento, já que só estava lendo as notícias pelos jornais.
“Até o dia 15 de março o projeto é ainda tentar uma participação por dentro do partido dele. Antes disso há uma discussão interna. Depois, abrem novas possibilidades e perspectivas. A gente vai voltar a falar depois do dia 15 de março. Ele vai saber se tem ambiente para ele ficar. Se a decisão for sair, aí nós vamos seguir conversando”, ressaltou Eduardo Campos, após reunir-se com 19 prefeitos pernambucanos, no Palácio, para traçar ações conjuntas de combate à dengue.
Em meio às informações de que o prefeito estaria estudando propostas do PSB e do PMDB, a revista Veja publicou matéria afirmando que Kassab sairia do DEM para fundar o Partido da Democracia Brasileira (PDB), uma manobra legal que impediria a cassação do seu mandato. Essa nova legenda ingressaria na base aliada da presidente Dilma Rousseff. O curioso é que, de acordo com a revista, ferrenhos oposicionistas seguiriam Kassab: os senadores Demóstenes Torres (GO), Kátia Abreu (TO) e o ex-senador Jorge Bornhausen (SC), todos críticos do Governo Lula.
Também migrariam o governador de Santa Catarina, Raimundo Colombo, que também participou do jantar com Campos, do senador Luis Henrique (PMDB/SC), da prefeita de Riberão Preto, Dárcy Vera, e de 20 deputados federais. Após 2012, o PDB se fundiria ao PSB, abrindo espaço para Kassab disputar o Governo de São Paulo e criando um lastro político para Eduardo se viabilizar na corrida presidencial. Instado a falar sobre o hipotético novo partido, o governador apenas repetiu que vai esperar a decisão do paulista.
AÉCIO
Eduardo, que trocou afagos com o senador Aécio Neves (PSDB/MG), disse que a boa relação que tem com o tucano não implicará, objetivamente, em uma aliança em 2014. Lembrando que, no passado, trabalhou para eleição de Aécio presidente da Câmara, Campos voltou a elogiar o amigo. “Temos uma relação muito boa, ele é um talento, tem espírito público”, destacou, citando as alianças entre PSB e PSDB em Belo Horizonte e em Minas. O socialista salientou, entretanto, que no plano nacional ele e Neves têm posições opostas.
“Sempre que podemos conversamos, como no dia da pose dele lá no Senado”, afirmou Campos, enfatizando que, sempre que o governo precisou, Aécio teve uma “atitude republicana”. “Nesse momento o que ocorre é que estamos em campos distintos, mas somos amigos fraternais. Não há nenhuma novidade política nisso”, argumentou.

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