segunda-feira, 14 de fevereiro de 2011



 

“Humberto quer dividir o ônus com todos”, diz petista
Para correligionário, senador não quer assumir sozinho uma eventual derrota em 2012
  
 
 COSTA pediu ao governador apoio para o lançamento de candidatura única 
O apelo do senador Humberto Costa (PT) ao governador Eduardo Campos (PSB), em contar com o apoio da Frente Popular na disputa municipal, e com isso garantir uma candidatura única para a Prefeitura do Recife em 2012, é vista com desconfiança entre petistas locais. Na última sexta-feira, o parlamentar se reuniu com o socialista no Palácio do Campo das Princesas e disse que “muita gente se surpreenderia”, porque todos estarão unidos no ano que vem. 
“Humberto não quer assumir o ônus sozinho e o ideal é ter todos juntos, no caso de uma eventual derrota no Recife. É a chamada co-responsabilidade”, avaliou uma fonte, que procurou o Blog da Folha para falar do assunto. Dentro do partido, existe o sentimento de que o nome do PT está em jogo para as eleições do próximo ano, e perder o comando do Recife para a oposição ou até mesmo um possível aliado seria “dar um passo atrás em 12 anos”. “Não é João da Costa que está em primeiro lugar. É o PT que está em questão”.
O mês de agosto seria a data limite para o prefeito João da Costa conseguir, enfim, recuperar a gestão ainda mal avaliada pela população e credenciar seu nome para a reeleição. Na opinião dessa fonte petista, a legenda encontra-se muito fragilizada em Pernambuco e o último grande marco foi a vitória no primeiro turno, garantindo a continuidade na administração municipal. No entanto, esse feito da sigla foi ofuscado em seguida com a ascensão política e administrativa de Eduardo Campos, além da baixa performance do gestor da cidade . “O PT perdeu o que era de força para o Recife. O PSB está de olho na Prefeitura. O PTB e a oposição, também”, disse o petista, alertando que o tempo do governo municipal é lento e a oposição vai querer enfraquecer ao máximo a gestão. 
“A tendência é que a oposição se fortaleça junto à opinião pública. O governo (municipal) tem que ter gestos políticos, obras e ações. A população vai querer saber se a gestão deu continuidade ou não. Estamos vivendo um momento difícil. Os cortes do Governo Dilma terão impacto em todos os municípios e isso pode pesar contra o prefeito do Recife. Ele tem que terminar o que ainda não foi concluído”, disparou o integrante do PT. A mesma fonte, ainda fez um comparativo entre o modo de administrar de Eduardo Campos e de João da Costa. “Dá para entender isso? Basta ver que os viadutos de Olinda já serão inaugurados agora em março e o alargamento do Capitão Temudo se arrasta há meses. É uma disparidade”, reclama. 
Nos bastidores, ventila-se que o “mergulho” do deputado federal João Paulo (PT) tem uma razão de ser. O ex-prefeito seria a carta na manga do partido para substituir João da Costa com o aval do governador e sem qualquer empecilho da parte de Humberto, que já acenou para uma possibilidade de outros nomes também serem discutidos para 2012, embora o atual prefeito seja o mentor do processo.

Nenhum comentário:

Postar um comentário